A Cabanha

A paixão pela fazenda e os cavalos remota a minha infância. Contávamos os dias para passar feriados e férias na casa dos meus avós Eduardo e Adi, na Água Doce em Santana da Boa Vista, onde tios e primos se reuniam para dias especiais, regados a campereadas e futebol.

E com meus 5 anos de idade ganhei do meu tio Cesar, meu petiço colorado, o Menino, lindo e manso, mas com suas manias. Por anos ensinou a mim, meus irmãos e primos o prazer de andar e cuidar de um cavalo, com uma paciência poucas vezes já vista, ele aguentava idas e vindas dos
primos, banhos e mais banhos, mas era bueno e firme quando se precisava dele na lida do campo.

Minha mãe Ana Maria e meus tios sempre foram muito cavaleiros, nos ensinaram a respeitar, amar e cuidar desses animais essenciais na nossa vida.

E com o passar dos anos essa paixão foi aumentando, compensava a saudade dos cavalos lá de fora (a baia da mãe, o lobuno do pai), com os
cavalos PSI – Puro Sangue Inglês que nosso pai sempre teve no Jóquei do Rio Grande do Sul, e segue até hoje com essa paixão.

E nos cavalos crioulos, após algumas experiências, a diferença inicial com a compra da AM Salamanca, mãe da 5J Buenas Noches, nossa 03, primeira égua nossa a levarmos na Exposição de Caçapava do Sul, Campeã Incentivo, e depois também nossa primeira égua a correr credenciadora, cuidada desde cedo pelo Adão lá fora, domada pelo saudoso Chiquinho e tocada pelo Erich Grau, hoje na cria devido à lesão.

Em 2020 realizamos um sonho, corremos a final do Freio de Ouro com égua de nossa marca, 5J Hera com o ginete Volmir Guimarães, foi um momento único, emocionante, agora ela foi para cria e em dois anos retornas às pistas.

Nos últimos anos se somam tantas alegrias em exposições, provas, remates, dias de campo, são dezenas de amigos que a raça crioula me resgatou e os novos que ela me trouxe, amizades que levo para toda minha vida.

Cassio Felix Jobim